O suíço Denis de Rougemont, escritor ecologista, que teve seu livor L'Amour et l'Occident, listado como um dos 100 melhores livro não ficção do século XX pela revista National Reveiw, provocou um grande impacto sobre o federalismo e sobre a construção Européia:
Segundo Rougemont a decadência de uma sociedade começa quando o homem pergunta a si próprio: “O que irá acontecer?”, quando devia se perguntar: “O que posso eu fazer?”
Há várias possibilidades de perspectiva de vida. a seguir baseado em Mário Sergio Cortella, filósofo brasileiro, mestre e doutor em Educação pela PUC-SP, o qual nos brinda com delicada e contundente analise da questão com maior profundidade, conforme segue.
A decadência, seja numa sociedade mais ampla ou outras instâncias, como a família, trabalho, etc. principia quando o imperativo ético da ação é substituído pela acomodação e pela espera desalentada.
Estamos acostumados a banalizar situações que são estapafúrdias, como o "rouba mas Faz", imagine se um empresário, em sã consciência, permitiria que um empregado seu, o roubasse e mesmo assim ele continuasse a dar-lhe o emprego.
De igual modo, vamos nos habituando ao descaso, a violência, corrupção, abandono, desesperança...
É a instalação da inanição generalizada, disfarçada de pesar nas faces e palavras, transparecendo impotência, não passando de alienação da realidade que nos cerca.
Situação confortável e estável, porém altamente perigosa.
Ainda bem que há esperança.
Segundo Paulo Freire "não confundamos a esperança do verbo esperançar, com a esperança do verbo esperar.
Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, é não desistir,a esperança do verbo esperançar é dinâmica, enquanto a outra, é estática, congelada, por vezes covarde.
A esperança convida a nos perguntar sobre a moradia em lixão, ponto cidade sem parada de ônibus, insegurança pública, falta de saúde, Corrupção, impunidade...
O que posso eu fazer?
Haverá sempre espaço para o agir, contribuir, fazer, ainda que seja somente pelo exemplo reto e firme em questões do cotidiano, a fila, dar o lugar para mulheres e idosos, não cuspir no chão ...
Podemos nos perguntar: O que estou fazendo por uma sociedade melhor? Qual está sendo a minha contribuição?
O que vou fazer a mais para ajudar?
Não demais fazer um pouco, sendo que isto já causa transformações, modifica atitudes, revoluções silenciosas...
Apenas não ceder à acomodação, à indiferença que paraliza, à alienação.
Não pergunte o que o mundo pode fazer por você antes de saber claramente o que pode você pode fazer primeiro. A vida é um espelho, recebemos aquilo que primeiro damos.
Gilson Joel Fernandes